O governo federal preparou uma grande festa para comemorar o Dia Internacional da Mulher no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (8). Mais de três mil pessoas lotaram Estação Leopoldina para ouvir a prestação de contas da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
A ministra da Secretaria das Mulheres, Nilcéa Freire, destacou os desafios do governo federal para tratar a situação das mulheres como questão de Estado. “Estamos completando um ciclo na Secretaria. Trabalhamos junto com vocês para construir uma política pública para as mulheres”, disse Nilcéa.
A ministra aproveitou a ocasião para anunciar a criação do Memorial da Mulher Brasileira, uma parceira da Secretaria com a Casa Civil e o Arquivo Nacional. O objetivo é resgatar a trajetória de mulheres que ajudaram a construir a nação brasileira. Nilcéa também assinou um documento sobre a situação atual das mulheres. O papel foi colocado no que ela chamou de cápsula do tempo. “Daqui a 50 anos, as que ainda estiverem aqui poderão comparar os dois períodos”, destacou Nilcéa.
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, presente ao evento, destacou como uma decisão importante a criação da secretaria para as mulheres para tratar de políticas públicas específicas de um segmento, “o governo colocou como uma questão central a situação das mulheres” e ressaltou como uma das mais importantes medidas a aprovação da licença-maternidade por seis meses.
Lula homenageia Nilcéia e Dilma
O presidente Lula fez questão de homenagear duas mulheres de sua equipe na cerimônia pelo Dia Internacional das Mulheres. Primeiro Lula chamou Nilcéa para ficar ao seu lado enquanto discursava e falou do seu orgulho em trabalhar com ela, que soube captar o desejo das mulheres brasileiras para elaborar propostas de políticas públicas, mesmo enfrentando tantas dificuldades.
O presidente falou do orgulho que teve ao poder usar a Lei Maria da Penha em sua campanha de 2006 – “e eu não perdi voto de nenhum homem” – e agradeceu Nilcéa por ela ter aceito ficar na secretaria até o final do seu mandato.
Em seguida, chamou Dilma para também ficar ao seu lado na frente do palco e disse que a indicação da ministra para substitui-lo na Presidência da República:
"Eu não poderia dar uma demonstração de apreço mais forte pela luta das mulheres deste País do que indicar ao meu partido, aos meus aliados, para me substituir, nada mais nada menos do que uma mulher brasileira, de luta, que já provou na luta do que ela é capaz", afirmou Lula.
O presidente fez, no entanto, um alerta: o preconceito contra as mulheres ainda é forte no Brasil. “Preparem-se, porque o preconceito continua. Preparem-se, porque o preconceito contra a mulher ainda é muito forte. Certamente, uma sociedade machista como a nossa ainda não está 100% preparada para ver uma mulher disputando um cargo de prefeito, um cargo de governador, um cargo de presidente da República”.
"Temos que dizer em alto e bom som: se uma mulher é capaz de parir um político, porque ela não é capaz de parir uma administração mais competente do que o político que ela conseguiu colocar no mundo?", enfatizou.
E concluiu afirmando que mais do que chorar as derrotas passadas, as mulheres precisam cada vez mais comemorar as vitórias que virão no futuro.
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