Em entrevista à imprensa na última segunda-feira (08/03), o ministro Patrus Ananias reafirmou a sua pré-candidatura ao governo de Minas, dizendo ser esse o grande horizonte com o qual trabalha no momento. Patrus afirmou também que o Partido dos Trabalhadores em Minas estará unido nas eleições deste ano. “Estamos construindo agora esta unidade. Precisamos ganhar o governo, para fazermos em Minas o que fizemos em BH e o que estamos fazendo no Brasil no governo do Presidente Lula”.
Patrus lembrou da recente reunião do Diretório Estadual do PT, realizada na última quinta-feira (04), segundo ele uma reunião “elevada”, onde as decisões foram tomadas por consenso.
Consenso também é o que norteia as conversas com o grupo de Pimentel. “Tenho conversado muito com pessoas que apoiam a sua candidatura. Elas têm manifestado um desejo crescente no sentido de que cheguemos a um consenso maduro, democrático, em sintonia com as bases do nosso partido e com outros partidos e forças político-sociais. Há um sentimento de que nós juntos poderemos muito; separados, poderemos pouco.”
Ele afirmou ainda que o Partido está construindo a unidade também com os partidos da base aliada do governo Lula, dentre eles o PMDB, considerado por ele um interlocutor “muito especial”. Mas defendeu que as negociações sejam feitas depois da escolha do nome do PT. “Não é razoável que um Partido com a presença e com a história do PT em Minas e no Brasil não apresente um nome consensual para os outros partidos da base aliada”, ponderou ele.
Confira abaixo os principais pontos da entrevista.
Como estão as costuras políticas para a candidatura ou pelo menos para a junção do Partido nesta disputa em 2010?
Patrus: As conversas dentro do PT estão muito bem. Nós tivemos recentemente uma reunião do Diretório Estadual do Partido, pelas informações que eu tive, uma reunião elevada, as decisões foram tomadas por consenso. O PT em Minas estará unido nas eleições 2010. Nós estamos construindo agora esta unidade. O PT é um Partido vivo, plural, um partido democrático. Só não há debates nas ditaduras ou nos partidos que tem dono. O PT é um partido que não tem dono. Então nós estamos debatendo, mas com a consciência da nossa responsabilidade. Precisamos ganhar o governo, para fazermos em Minas o que fizemos em BH, mudando a história da capital dos mineiros, e aquilo que nós estamos fazendo no Brasil no governo do Presidente Lula com grande participação do nosso Ministério, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que vem mudando a cara do Brasil com as nossas políticas sociais.
O PT seria o partido da base mais legítimo os para encabeçar a chapa em Minas?
Patrus: É claro que nós estamos buscando a unidade com outros partidos, com os partidos da base de apoio ao presidente Lula. Nesse quadro, o PMDB é um interlocutor muito especial, pelo que o Partido representa em Minas, no Brasil, mas é claro que um partido como o PT deve sentar à mesa de negociações com um candidato. Eu penso que nesse momento o desafio que nós temos no PT é definirmos a candidatura do Partido dos Trabalhadores. Não é razoável que um Partido com a presença e com a história do PT em Minas e no Brasil não apresente um nome consensual para os outros partidos da base aliada. E a partir daí nós vamos conversar com outros nomes colocados por outros partidos para verificarmos quem pode representar melhor em Minas o projeto do governo Lula e contribuir melhor para a eleição da ministra Dilma e também para viabilizar um grande projeto de mudanças e avanços econômicos e sociais em Minas Gerais.
O PMDB defende palanque único no Estado. O PT também vê desta forma?
Patrus: Dentro do PT, pelo que tenho visto, nós temos opiniões diferenciadas, o que é saudável, num partido democrático as pessoas podem ter pensamentos diferentes. Eu particularmente defendo o palanque único. Acho que devemos caminhar nesse sentido. Um palanque único que reflita uma efetiva uma participação bases, dos militantes dos nossos partidos, especialmente do PT. Eu penso que o caminho da unidade é o PT apresentar o seu nome, nome que reflita a história, a militância, as bases do PT, que reflita a presença crescente do PT em Minas e no Brasil. E nós estamos abertos também para considerar outros nomes num diálogo respeitoso e que considere os superiores interesses de Minas e do Brasil. Se não for possível o palanque único, eu penso que nós devemos trabalhar também, como faremos em outros estados do Brasil, como será certamente no Rio Grande do Sul, na Bahia, a ideia de dois palanques. Mas eu pessoalmente prefiro a ideia de um palanque único até porque isso nos possibilita apresentarmos desde logo um projeto de desenvolvimento econômico, social para Minas Gerais. O palanque único possibilita que os partidos tenham já acertado uma compreensão do Estado e um projeto, uma proposta de governo para Minas.
O jornal Folha de S. Paulo trouxe neste final de semana que o presidente Lula teria pedido ao senhor a o ex-prefeito Fernando Pimentel que retirasse a candidatura em nome do ministro Hélio Costa. O senhor confirma esse encontro, esse pedido?
Patrus: Não. Claro que tenho conversado com o presidente Lula. Tenho um grande respeito pela extraordinária liderança do presidente. Nós estamos juntos há mais de 30 anos. Aprendi a conhecer e a respeitar a sua extraordinária intuição política, a sua sensibilidade, a sua liderança. Sou ministro do governo Lula e graças a Deus e à nossa equipe, às pessoas que nos ajudam a fazer um trabalho histórico no Brasil há seis anos. Então é claro que o presidente Lula é uma referência fundamental, como é também o vice-presidente José Alencar. Mas nós também trabalhamos numa linha de afirmar valores, convicções. Eu penso que é importante nós colocarmos uma candidatura do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais.
Como se dará o consenso entre o senhor e as pessoas ligadas ao Pimentel?
Patrus: Um consenso baseado no diálogo. Eu tenho uma relação histórica de amizade com o Fernando Pimentel, tenho conversado muito com pessoas que apoiam a sua candidatura. Elas têm manifestado um desejo crescente no sentido de que cheguemos a um consenso maduro, democrático, em sintonia com as bases do nosso partido, com outros partidos e forças político-sociais com que sempre conversamos em Minas, que estão hoje na base de apoio do nosso governo do presidente Lula. Então há um sentimento de que nós juntos poderemos muito; separados, poderemos pouco.
O senhor já decidiu se sai do Ministério?
Patrus: Sou pré-candidato ao governo de Minas. Esse é meu grande norte, meu grande horizonte neste momento.
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