sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Déficit de leitos hospitalares públicos é falta de planejamento segundo vereador Delfino

Diante da crise enfrentada pelo setor de saúde pública no município- fechamentos constantes do Pronto-Socorro do Hospital de Clínicas da UFU, falta de médicos nas UAIs e redução no atendimento dos hospitais conveniados- o vereador Delfino Rodrigues demonstra sua preocupação com a atual situação do setor e faz uma reflexão sobre a gestão e financiamento do sistema, bem como sinaliza para as possíveis saídas para o problema.

A falta de leitos hospitalares, incluindo de terapia intensiva, é sem dúvida um dos grandes gargalos no sistema de Uberlândia. Com um déficit em torno de 750 leitos, segundo o vereador Delfino, a realidade do sistema público hospitalar necessita de uma ação imediata para não entrar em colapso. Atualmente a cidade conta com 806 leitos de internação, sendo que 107 são leitos complementares credenciados na rede privada, conforme dados do DATASUS, que é o sistema de informação do Ministério da Saúde. Deste total, 473 leitos são mantidos com recursos do Governo Federal e o restante, em torno de 333, é financiado com recursos próprios do município. Segundo pesquisa feita pelo mandato do vereador no DATASUS não há registro de nenhum leito no município sendo mantido com recursos do Governo do Estado.

No entendimento do vereador o déficit de leitos na cidade será amenizado quando o Hospital Municipal entrar de fato em seu pleno funcionamento, mas segundo ele, não garante a solução imediata do problema. “É preciso um planejamento sistemático, unindo esforços do Governo Federal, Estado e Município, para garantir gradativamente o aumento do número de leitos, para que o problema não persista e se agrave”, afirma Delfino.

No ano de 2009 e nos primeiros cinco meses deste ano, o município gastou cerca de 32 milhões de reais com saúde para custear leitos de UTIs em hospitais particulares e em exames cardíacos para sanar a deficiência no número de leitos públicos e procedimentos de alta complexidade. Esses valores correspondem a quase 10% do orçamento da Secretaria Municipal de Saúde só no ano passado (9,13%), devendo atingir ou mesmo ultrapassar esse patamar em 2010. Para o vereador Delfino este é um dos motivos que faz com que a Prefeitura gaste quase 30% do orçamento do município com saúde. “Esses recursos são utilizados para atender casos emergenciais ano a ano, sem que o município reverta volumes expressivos como estes para a implantação de mais leitos públicos de UTI”, destaca o vereador Delfino.

O município, no entendimento do vereador, na política pública de saúde não prioriza as ações preventivas em saúde investindo na ampliação das equipes de Saúde da Família. Uberlândia tem hoje cobertura que gira em torno de apenas 26% da população atendida pelo Programa de Saúde da Família, que faz o acompanhamento das pessoas em suas casas, evitando muitas vezes que venham a necessitar mais tarde de um leito hospitalar. Segundo dados mais recentes do DATASUS, referentes ao ano de 2007, no relatório do Pacto de Atenção Básica, dentro do critério de consulta médica por ano, o município de Uberlândia atinge o índice de 0,96, atrás de municípios da região, como Araguari, Prata, Tupaciguara, entre outros. “O recurso com a prevenção é muito mais barato do que pagar um leito de UTI particular” finaliza Delfino.

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